Como faço um planejamento estratégico para 2011?


Você sabe que tem um exercício de planejamento benfeito se todos que trabalham contigo sabem quais são os principais objetivos da empresa para aquele ano

Por Daniel Heise*

“Estou com uma imensa dificuldade para fazer um planejamento estratégico para minha empresa para 2011. Pois 2010 já está no fim, e eu estou ‘perdidaço’, sem saber como montar um planejamento estratégico. Tem alguma ferramenta pronta para isso? Quero muito melhorar o desempenho da minha empresa em 2011. Tenho uma confecção e vendo no atacado.”
Georges Barakat


Georges,

Planejar é essencial, mas o plano em si muitas vezes acaba sendo irrelevante. Explico. Os cenários mudam constantemente e o mercado que imaginamos em dezembro dificilmente é o mesmo em março, quem dirá um ano inteiro depois.
Mesmo tendo a consciência de que a realidade muda mais rápido do que podemos prever, o exercício de planejar é fundamental para o sucesso do negócio. O planejar tira as coisas da cabeça do dono e bota-as no papel ou na parede para que todos possam ver, inclusive ele mesmo. Se deixamos tudo dentro da nossa cabeça, achando que os outros estão pensando a mesma coisa, estamos fadados a desentendimentos e problemas. O planejar acaba sendo umaferramenta essencial para o trabalho em equipe.

Você sabe que tem um exercício de planejamento benfeito se todos que trabalham contigo sabem quais são os principais objetivos da empresa para aquele ano, por que esses objetivos foram escolhidos e quais serão os impactos se eles forem ou não atingidos. Além disso, a empresa se mantém adaptável ao longo do ano para as mudanças que inevitavelmente acontecerão.

Não acredito muito em ferramentas prontas, o importante é a interação entre as pessoas, a descrição dos cenários, dos objetivos e dos projetos que serão buscados ao longo do ano.

Outro exercício que fazemos e eu recomendo fortemente é a criação dos "E se?". Sem julgamentos, restrições ou gozações, os membros da equipe criam cenários totalmente fora do padrão. Exemplo: "E se surgir um novo tecido com propriedades nunca imaginadas (como um material autolimpante) e a demanda por isso explodir?" Ou ainda: "E se o dólar cair para R$1,20 e os tecidos importados ficarem 30% mais baratos?"

A maioria dessas viagens acaba não servindo para muita coisa, mas uma vez ou outra uma ideia aparentemente absurda ou tola, surgida num exercício desses, acaba mudando o rumo de uma empresa e a vida de milhões de pessoas.

* Daniel Heise é empreendedor em série e sócio-fundador do Grupo Direct

Tem dúvidas sobre empreendedorismo? Mande a sua questão para especialistapegn@edglobo.com.br. Daniel Heise responde sobre o tema aqui no site da Pequenas Empresas uma vez por mês. Clique aqui para ver as questões já respondidas por ele

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