Como construir uma empresa familiar eficiente: 8 dicas


Este texto faz parte da coluna da Plataforma Brasil feito especialmente para os leitores do Saia do Lugar.Por: Gustavo Chierighini, fundador da Plataforma Brasil Editorial.


À parte de tudo o que se propaga sobre as verdadeiras vantagens que uma administração profissional oferece, com seus mecanismos de governança, e eventualmente com dispositivos de transparência de informações, sabemos bem que tais práticas, ainda hoje, são uma exceção.

Grande parte das empresas nasce com uma administração onde a participação dos membros de uma mesma família, em geral, é determinante. Trata-se portanto de um modelo de gestão muito questionado, mas que também é alvo de preconceitos, pois nem sempre uma administração tocada por irmãos, filhos e pais é necessariamente ineficiente ou um porto seguro para parentes incompetentes e preguiçosos.

Inúmeros grupos empresariais, hoje tocados por administradores profissionais e com suas ações listadas em bolsa, foram um dia, empresas pequenas onde a condução era reservada apenas para aqueles que eram dotados de laços sanguíneos.


Mas sabemos também que alguns preconceitos não nascem do nada, e que muitas críticas no fundo fazem sentido. Contudo alguns cuidados e práticas efetivamente implementadas podem muito bem fazer de uma empresa familiar um colosso de eficiência, solidez e sucesso empresarial.
Vamos lá:

1- Independentemente dos laços familiares, é fundamental que o quadro societário disponha de um acordo formal de quotistas ou acionistas, onde deve estar esclarecido os limites, direitos e obrigações de cada sócio;

2- A introdução de herdeiros no quadro societário deve seguir regras e condições claras, cujo objetivo é garantir para a organização a continuidade da capacidade de gestão dos fundadores;

3- Entre os sócios deve haver total e irrestrita transparência de informações;

4- A concepção de um detalhado e factível planejamento estratégico serve não apenas para planejar a evolução do negócio e o emprego de recursos, mas também para garantir coesão de objetivos e o emprego conjunto de ações;

5- Os herdeiros, antes de assumirem as suas funções definitivas devem conhecer a organização e o negócio em profundidade. Isso garante transições menos traumáticas e custosas além de pavimentar a aceitação das novas lideranças diante do quadro de colaboradores;

6- Jamais um herdeiro deve ser convocado por sua família a assumir funções administrativas, operacionais ou de comando, sem que seja essa a sua genuína vocação;

7- Jamais deve-se admitir um membro da família objetivando a solução de sua dificuldades de colocação profissional no mercado de trabalho, ou para sanar as suas fragilidades financeiras. Em resumo, uma empresa eficiente jamais pode se tornar um cabide de empregos;

8- Por último, recomendo que os assuntos profissionais e de negócios sejam tratados a parte, com nítida separação dos assuntos familiares e seus conflitos naturais.

De fato, não é nada fácil tocar um negócio familiar, mas com uma boa dose de cuidados e a consciência sobre os riscos envolvidos no modelo, pode-se construir uma cultura de longo prazo e perseverança, absolutamente improvável em outras circunstâncias.

Boa sorte, e até o próximo.

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