Saiba como se tornar um empresário de sucesso, mesmo com pouco dinheiro

De novos nichos em tecnologia até os velhos brechós, selecionamos dez ideias com investimentos de até R$ 10 mil para você abrir o seu próprio negócio

por Mariana Iwakura, Sérgio Tauhata e Wilson Gotardello Filho
Aviso aos empreendedores de primeira viagem: mais do que ter o dinheiro necessário para abrir a sua própria empresa, é essencial ter capital intelectual e conhecimento de causa. “Os recursos financeiros não são o único fator na hora de planejar o negócio”, diz Carlos Alberto dos Santos, diretor do Sebrae Nacional. “É preciso ter experiência no setor. Fazer um bom plano de negócio, considerando todas as variáveis, é determinante para o sucesso ou o fracasso de uma empresa”, afirma Santos. Entre as dez opções com investimentos de até R$ 10 mil (sem incluir o capital de giro) selecionadas nesta reportagem, destaca-se o setor de tecnologia, que deve crescer 7,9% e alcançar receita de R$ 44 bilhões neste ano. “Existe muito espaço para empreendedores inventivos, mesmo que tenham pouco dinheiro no bolso”, afirma Ruben Soto Delgado, presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro).

Setores mais tradicionais também oferecem alternativas promissoras. Um exemplo é a área de negócios relacionados a cerimoniais: o Brasil é um dos países que mais recebem eventos internacionais no mundo — ocupa o sétimo lugar no ranking da International Congress and Convention Association, principal entidade do setor. Candidatos a empreendedores que tenham recursos limitados para investir também podem apostar em áreas que não sofrem revezes de sazonalidade—caso dos brechós, serviços de tradução ou de entrega de cestas de café da manhã.

MONITORAMENTO DE REDES SOCIAIS >>> R$2.500

Equipamentos e instalações: computador, impressora, internet
Faturamento médio: r$ 5 mil por projeto
Funcionários: 2 (o dono e 1 analista)
Capital de giro: r$ 8.000
Retorno: cinco meses

Joana Resek
No Brasil, 85,6% dos internautas ativos acessaram alguma rede social em março deste ano. Diante desse cenário, analisar a performance virtual de uma empresa na rede se tornou uma atividade lucrativa. A Just Digital, agência que oferece serviços de tecnologia, realizou sete projetos de monitoramento em 2009. Neste ano, o número deve dobrar. “O mercado está muito aquecido. Não dá para ignorar o que as redes sociais estão falando sobre marcas, produtos e serviços”, diz Rafael Cichini, 27 anos, sócio da Just Digital.



APLICATIVOS PARA IPAD >>> R$4.000

Equipamentos e instalações: iMac, internet
Faturamento médio: r$ 30 mil por projeto
Funcionários: 3 (o dono, 1 programador, 1 designer)
Capital de giro: r$ 10.000
Retorno: quatro meses

Joana Resek
Oitenta dias após o seu lançamento, em abril de 2010, as vendas globais do iPad já alcançavam 3 milhões de unidades. Com a chegada do dispositivo ao país, previsto para acontecer este ano,novas oportunidades deverão surgir. Essa é a aposta de Wladimir Braguini Domingues, 31 anos, sóciodaLab360, empresa que já desenvolveu aplicativos de iPad para editoras brasileiras. “Acreditamos muito nesse crescimento. Todos os grupos de mídia querem ter presença digital”, diz. Para criar um aplicativo para o iPad, o empreendedor precisa ter um iMac e os mesmos softwares de desenvolvimento de aplicativos para iPhone, que são disponibilizados pela empresa americana. Além disso, o programador precisa saber trabalhar com linguagem Objective-C.



APLICATIVOS PARA CELULAR >>> R$ 5.000

Equipamentos e instalações: iMac, licenças, internet
Faturamento médio: de R$ 5.000 A R$ 30.000 por projeto
Funcionários: 3 (o dono, 1 programador, 1 designer)
Capital de giro: R$ 8.000
Retorno: quatro meses

Joana Resek
Desde o lançamento do iPhone, da Apple, cresceu o número de empresas que utilizam aplicativos como ferramenta de relacionamento com clientes. Para entrar nesse mercado, versões compatíveis com os sistemas operacionais do Blackberry, Android e Java são fundamentais. “Para desenvolver os aplicativos para iPhone, é preciso ter um iMac”, diz Eric Santos, 30 anos, da agência Praesto. Para os outros, qualquer computador resolve. Antes de disponibilizar o produto, a empresa precisa se cadastrar nas lojas autorizadas das fabricantes.



DESENVOLVIMENTO DE SITES >>> R$ 7.000

Equipamentos e instalações: 2 computadores, softwares (CSS 5 Standard – Photoshop, Dreamweaver, Illustrator, In Design, Acrobat, Flash, Fireworks), internet
Faturamento médio: de R$ 14 mil a R$ 20 mil por projeto
Funcionários: 3 (o dono, 1 programador, 1 designer)
Capital de giro: R$ 8.000
Retorno: seis meses

Joana Resek
Dos 67 milhões de internautas ativos no Brasil, 17,6 milhões já compraram pela rede. Hoje, nenhuma empresa pode ficar fora da internet. E aquelas que já estão on-line precisam se adequar aos novos tempos, interagindo com as ferramentas disponíveis da rede. Para desenvolver ou reformular sites, é necessária a presença de um programador e de um designer. Alexandre Heilbut, 31 anos, sócio da Agência RS, especializada na criação de sites, diz que muitas empresas estão reformando suas páginas. Para este ano, ele espera um faturamento de R$ 1,5 milhão.



ADVERGAMES >>> R$ 9.500

Equipamentos e instalações: 2 computadores, softwares (Adobe Flash, Unity 3D), internet
Faturamento médio: de R$ 8 mil a R$ 10 mil por projeto
Funcionários: 3 (o dono, 1 programador, 1 designer)
Capital de giro: R$ 20.000
Retorno: cinco meses

Joana Resek
De olho no tempo de exposição da marca, que chega a até 20 minutos, as empresas têm investido cada vez mais em advergames, jogos utilizados para fins publicitários. Fernando Chamis, sócio da agência especializada Web Core — que já desenvolveu projetos para a Petrobras, a LG e a Honda — afirma que, no ano passado, a empresa faturou R$ 1 milhão. Desses, R$ 500 mil vieram dos jogos. Para este ano, o faturamento com advergames deve chegar a R$ 1 milhão. Segundo Chamis, a maior dificuldade é encontrar mão de obra qualificada.

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