Mulheres de fibra, mulheres capazes


mulheres_sebraeDurante dois dias acompanhei o encontro de mulheres empreendedoras de vários estados em Brasília, finalistas do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios. Para as 22 escolhidas, 11 na categoria Proprietária de Micro e Pequena Empresa e 11 na categoria Grupos de Produção Formal, estar ali já significava uma imensa conquista, pois passaram por uma seleção feita com 3.060 inscritas! Entre as histórias de coragem e superação no empreendedorismo, chamou a atenção o comprometimento dessas mulheres em perseguir o sonho do próprio negócio. E não é exagero falar que muitas vezes ele se trata de um filho a mais!

Kelly Dantas de Vasconcelos mudou-se para Macapá e encontrou uma escola para crianças de baixa renda em uma casa quase destruída, que alugou e reformou com os próprios recursos. Hoje, a professora é dona da UCRI – Universidade da Criança, com 320 alunos. Lisalba Camargo Rosa, do Espírito Santo, apostou na formação para informática e carregava os computadores de escola em escola para ensinar. Hoje, publica apostilas didáticas sob a marca Microkids. Maria Sofia. R. C. Acioli, que teve seus quatro filhos enquanto cursava a faculdade de medicina em Maceió, arregaçou as mangas e abriu um laboratório de análises clínicas – o primeiro do estado a conseguir a certificação ISO 9001. “Meu maior orgulho foi saber que eu era capaz. Hoje sou apaixonada por gestão, plano estratégico e balanço de qualidade”, relata Sofia, que há 16 anos pilota o laboratório Nabuco Lopes.

As empreendedoras que levaram o ouro são exemplos de motivação. Na categoria grupos formais de produção, Carmita Duarte Medeiros, da Associação das Mulheres Mães Artesãs (AMARTE), do Vale do Jari, no Amapá, pega quatro conduções, entre catraias (um tipo de barco) e ônibus, para chegar à sede do projeto. Ali, para complementar a renda familiar, 35 mulheres trabalham com sementes típicas da região, como o açaí, para montar colares, pulseiras e brincos. A qualidade é tamanha que os produtos são chamados de biojoias. Um prêmio da Petrobrás possibilitou a compra de maquinário e a fundação ORSA ajuda a escoar a produção. Com três filhos criados, Carmita confessa: “É cansativo, mas vale a pena. Ter o reconhecimento do trabalho vale mais do que R$ 10 milhões no bolso”.

Vencedora da categoria Micro e Pequena Empresa, Ivana Lúcia Torres, de Aracaju, foi a primeira enfermeira auditora do estado de Sergipe. Começou auditando contas hospitalares para planos de saúde. Percebeu que os pacientes ficavam muito tempo internados e começou a estudar o conceito de home care, em que os doentes, principalmente idosos, recebem cuidados em casa. Montou a Constat enquanto esperava o quarto filho. Cinco anos depois, com 70 colaboradores e quatro ambulâncias, ela contabiliza vários novos negócios: uma empresa de treinamentos, outra de aluguel de equipamentos e ainda apoio médico a eventos. Tudo iniciado a partir da observação e da visão para os negócios. “Implantei uma administração humana. Na Constat, sinto que não tenho funcionários, tenho colaboradores comprometidos e fiéis”, conta Ivana, que mantém o celular ligado 24 horas e faz visitas a pacientes até na madrugada.

“Este ano observei um amadurecimento das histórias eempreendimentos mais inovadores. Essas mulheres servirão de referência para muitas outras”, comenta Ieda Novais, do conselho da FNQ – Fundação Nacional da Qualidade, parceira do Sebrae e uma das juradas do Prêmio. “A mulher tem jogo de cintura, é multitarefa e tem quociente emocional bem desenvolvido, o que falta é assumir, cada vez mais, que ela é uma mulher de negócios”, conclui Ieda, que leu cada um dos 22 cases e se emocionou. E eles são tão interessantes que pretendo contar alguns mais na próxima semana! Impossível não se encantar com cada relato de vida e com o jeito feminino de empreender.


Fonte: http://www.papodeempreendedor.com.br/inovacao/mulheres-de-fibra-mulheres-capazes/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed:+PapoDeEmpreendedor+(Papo+de+Empreendedor)

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