Uma nova forma de trabalhar

Novos escritórios, compartilhados, unem descontração e disciplina, favorecem o networking de cada um e estimulam negócios entre os participantes

Por Rafael Farias Teixeira
Daniela Toviansky
THE HUB
O diferencial mais importante desse escritório é associar a lógica do cotrabalho à inovação e à sustentabilidade

Espero um senhor meio corcunda e falador consertar o chuveiro de casa. Olho para o relógio, tentando me acostumar com a ideia de que chegarei atrasado no primeiro dia de trabalho. Ou melhor: de cotrabalho, ou coworking, do original em inglês. Por alguns dias trocarei a vida corporativa pelo trabalho nesse novo modelo criado pelo americano programador de sistemas Brad Neuberg e que, desde 2008, vem sendo adotado.

Em 2005 Neuberg perguntou-se como seria possível unir a liberdade de trabalhar fora das amarras corporativas com a disciplina e a socialização de um escritório, fugindo das tentações do home office — o canto aconchegante do sofá, ou o encanto de uma televisão solitária. Achou a resposta na sua casa: fundou o Factory Hat, ou melhor, deu esse nome ao loft que dividia com mais dois amigos em São Francisco e resolveu alugar espaços para outros trabalhadores como eles. República à noite, escritório comunitário pela manhã. Começava assim o movimento de coworking.

Depois de quase uma hora de espera, chego ao Ponto de Contato, um dos primeiros espaços dedicados ao coworking no Brasil, escondido em um pequeno prédio no bairro de Pinheiros. Descubro de cara uma das vantagens de cotrabalhar: o horário flexível. Você paga pelo seu espaço — parte de uma grande mesa ou bancada. Ou aluga uma mesa inteira, para acomodar até seis pessoas da sua empresa. O aluguel é cobrado por período, o que estimula a planejar com cuidado quanto tempo realmente é necessário trabalhar e em que horário é preciso começar.

Entre paredes brancas e decoração moderna, a copa e a sala de espera partilham um mesmo espaço. Adiante, uma outra sala abriga quatro mesas retangulares com setores alugados por período. Não há paredes entre eles.

Para a criadora do empreendimento, Fernanda Nudelman Trugilho, 28 anos, esse novo entorno beneficia quem opta pelo sistema. “Várias pessoas nos contam como esse ambiente as inspira a trabalhar. Não é porque temos um ambiente menos formal que ele deixa de ser profissional”, afirma a empreendedora.

Fernanda decidiu começar sua carreira de empresária no coworking, depois de uma tentativa frustrada de home office, como freelancer em publicidade. “Depois de alguns meses começaram a aparecer todos os problemas de trabalhar em casa”, afirma a empreendedora. “Desde a falta de infraestrutura, de privacidade e, principalmente, de disciplina, de uma separação entre vida pessoal e trabalho.” Conheceu o sistema de coworking pela internet e achou que em pouco tempo o Brasil estaria repleto de locais cheios de funcionários cotrabalhando em harmonia.

Em 2008 desistiu de esperar e criou o Ponto de Contato, com um investimento inicial de quase R$ 80 mil e o propósito de chamar a atenção de quem trabalha em casa. Conseguiu atrair profissionais autônomos e pequenas empresas. “Costumamos dizer que somos uma startup que auxilia outras startups”, afirma Daniel Fiker, 29 anos, formado em relações internacionais e sócio de Fernanda. Ele me apresenta o lugar e mostra a mesa em que começarei minha experiência como cotrabalhador.

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Empreendedorismo

O que é empreendedorismo / empreendedorismo na Internet / incubadoras de empresas / empreendedorismo e capital de risco / características do empreendedor.


O empreendedorismo faz parte da índole brasileira. Segundo estudo publicado pelo jornal americano US Today "Global Entrepreneurship Monitor" o Brasil é considerado o país mais empreendedor do mundo, sendo o brasileiro um empreendedor nato. O lado negativo do empreendedorismo é que os índices de mortalidade das PME - Pequenas e Médias Empresas no Brasil é elevadíssimo: segundo o Sebrae, 56% dessas empresas fecham as portas até o terceiro ano de vida. Entre as principais razões, destaca-se a falta de preparação do empreendedor para gerenciar com eficiência a sua empresa, insuficiência de capital, além de dificuldades pessoais do candidato a empresário.

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EMPREENDEDORISMO NA INTERNET

O surgimento da Internet representa uma nova onda de oportunidades para os empreendedores uma vez que o conhecimento sobre e-commerce ainda não está disseminado mesmo entre grandes empresas. O empreendedorismo na Internet é mais viável ao pequeno empreendedor, na medida em se pode montar um negócio ponto.com com pequeno nível de investimento. Você pode fazer o download gratuito de um ebook sobre empreendedorismo na Internet em: Empreendedorismo Web.


EMPREENDEDORISMO E INCUBADORAS DE EMPRESAS

Uma novidade positiva no Brasil são as Incubadoras de Empresas. Organizações geralmente sem fins lucrativos que tem por objetivo apoiar a nova empresa e disseminar o empreendedorismo oferecendo infra-estrutura de apoio e assessoria ao empreendedor na gestão do empreendimento. Para um empresa ponto-com iniciante, as instalações físicas de uma incubadora não é tão imprescindível, mas a assessoria e principalmente o chamado "network" rede de contatos que a incubadora pode disponibilizar ao empreendedor tem valor estratégico importante. Atualmente cerca de 12% das empresas incubadas são da área da Internet. Na seção Incubadoras você vai saber um pouco mais sobre esses "berçários de empresas" e o que elas podem fazer por você como empreendedor.


EMPREENDEDORISMO E CAPITAL DE RISCO

Mesmo levando-se em conta que o empreendedorismo na Internet é viável com baixo volume de investimentos, é provável que em determinados momentos da existência da empresa seja interessante por razões mercadológicas ou estratégicas, uma injeção de capital de terceiros. Nesse momento é bem provável que o empreendedor tope com as chamadas empresas de capital de risco que vão trocar um percentual minoritário da empresa por algum valor em dinheiro, esperando vendê-lo alguns anos depois por um valor muitas vezes maior . Há poucos anos atrás, na fase da Internet eufórica , bastava o empreendedor ter uma idéia criativa para obter muita gente maluca para ser seu sócio. Hoje, felizmente para todos nós, esse quadro é diferente: o empreendedor necessita de um sólido e consistente Plano de Negócio , um projeto viável, preferencialmente já em andamento, além de conhecimento do mercado e capacidade de tocar o negócio. Na seção "Capital de Risco" você vai obter mais informação sobre os possíveis futuros sócios de seu empreendimento.


CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR

Um mau empreendimento na mão de um bom empreendedor pode até ser melhorado e sobreviver, mas na mão de um mau empreendedor, nem mesmo um ótimo negócio sobrevive. É por isso que o estudo, a pesquisa, o planejamento do negócio são fundamentais no empreendedorismo. É essa aliás, a razão de existência deste site: preparar o empreendedor para implantar e dirigir com mais segurança seu negócio na Internet. Outro aspecto fundamental, só que mais difícil de ser trabalhado são as características pessoais do empreendedor que podem alavancar ou inviabilizar um projeto. Veja sobre isso na seção Perfil Empreendedor.


Fonte: http://www.e-commerce.org.br/empreendedorismo.php